sexta-feira, 4 de setembro de 2009

PAULO FREIRE-BIOGRAFIA

Paulo Freire : Biografia resumida - O caminho de um Educador

Nasceu em Recife em 1921 e faleceu em 1997. É considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente. Em uma pesquisa no Altavista encontramos um número maior de textos escritos em outras línguas sobre ele, do que em nossa própria língua.
Embora suas idéias e práticas tenham sido objeto das mais diversas críticas, é inegável a sua grande contribuição em favor da educação popular.
Publicou várias obras que foram traduzidas e comentadas em vários países.
Suas primeiras experiências educacionais foram realizadas em 1962 em Angicos, no Rio Grande do Norte, onde 300 trabalhadores rurais se alfabetizaram em 45 dias.
Participou ativamente do MCP (Movimento de Cultura Popular) do Recife.
Suas atividades são interrompidas com o golpe militar de 1964, que determinou sua prisão. Exila-se por 14 anos no Chile e posteriormente vive como cidadão do mundo. Com sua participação, o Chile, recebe uma distinção da UNESCO, por ser um dos países que mais contribuíram à época, para a superação do analfabetismo.
Em 1970, junto a outros brasileiros exilados, em Genebra, Suíça, cria o IDAC (Instituto de Ação Cultural), que assessora diversos movimentos populares, em vários locais do mundo. Retornando do exílio, Paulo Freire continua com suas atividades de escritor e debatedor, assume cargos em universidades e ocupa, ainda, o cargo de Secretario Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão da Prefeita Luisa Erundina, do PT.
Algumas de suas principais obras: Educação como Prática de Liberdade, Pedagogia do Oprimido, Cartas à Guiné Bissau, Vivendo e Aprendendo, A importância do ato de ler.

Pedagogia do Oprimido

Para Paulo Freire, vivemos em uma sociedade dividida em classes, sendo que os privilégios de uns, impedem que a maioria, usufrua dos bens produzidos e, coloca como um desses bens produzidos e necessários para concretizar o vocação humana de ser mais, a educação, da qual é excluída grande parte da população do Terceiro Mundo. Refere-se então a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes, onde a educação existe como prática da dominação, e a pedagogia do oprimido, que precisa ser realizada, na qual a educação surgiria como prática da liberdade.
O movimento para a liberdade, deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente será " aquela que tem que ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade". Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização.
A pedagogia do dominante é fundamentada em uma concepção bancária de educação, (predomina o discurso e a prática, na qual, quem é o sujeito da educação é o educador, sendo os educandos, como vasilhas a serem enchidas; o educador deposita "comunicados" que estes, recebem, memorizam e repetem), da qual deriva uma prática totalmente verbalista, dirigida para a transmissão e avaliação de conhecimentos abstratos, numa relação vertical, o saber é dado, fornecido de cima para baixo, e autoritária, pois manda quem sabe.
Dessa maneira, o educando em sua passividade, torna-se um objeto para receber paternalisticamente a doação do saber do educador, sujeito único de todo o processo. Esse tipo de educação pressupõe um mundo harmonioso, no qual não há contradições, daí a conservação da ingenuidade do oprimido, que como tal se acostuma e acomoda no mundo conhecido (o mundo da opressão)- -e eis aí, a educação exercida como uma prática da dominação.

A PEDAGOGIA DA AUTONOMIA-PAULO FREIRE(RESENHA)

O prof. Paulo Freire mostra que ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a produção deo saber.
Ensinar exige muitos fatores, estes são citados de forma clara e conclusiva. Uma das primeiras exigências é a rigorosidade metódica, o Educador norteando-se por este saber deve reforçar a capacidade crítica do educando auxiliando-o a tornar-se criador, investigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente ; O facilitador deve Ensinar os conteúdos mas também ensinar a pensar certo. Os conhecimentos contidos nos livros são muito importantes, porém ter apenas estes saberes e não estar antenado com a realidade do seu mundo, sabendo das necessidades e ocorrências do seu país, sua cidade, seu bairro e ainda de sua rua é pensar errado. O professor precisa pensar certo para só então ensinar a pensar certo.Ensinar exige pesquisa, o autor deixa claro neste estudo que, ensino sem pesquisa não é ensino, pesquisa e ensino estão intrisicamente relacionados. Ensinar exige respeito aos saberes do educando, o facilitador segundo sugestão do autor deve discutir com os alunos a realidade concreta a que se deve associar a disciplina, estabelecendo uma familiaridade entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social de cada um dos aprendizes. Ensinar exige criticidade, ter uma postura de curiosidade e inquietação indagadora e dicernidora. Ensinar exige ética, e estética, a prática educativa tem a obrigação moral de ser um testemunho rigoroso de decência e de pureza, o professor não pode estar longe ou fora da ética por ser portador do caráter formador, o ensino dos conteúdos não podem estar alheios a formação moral do educando. Ensinar exige também a corporeificação das palavras pelo exemplo, quem pensa certo tem consciência que palavras nada valem se não forem seguidas do exemplo. Pensar certo é fazer certo. O clima de quem, pensa certo deve ser o de quem busca a generosidade. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. O ser é ofendido e para ele é restrito o direito a democracia, quando acontece qualquer uma das práticas discriminatórias. O repudio de Paulo Freire, por tais ações se faz notável e deve ser a todo custo seguido, o pensar certo exige humildade. Ensinar exige reflexão crítica, sobre a prática educativa. Como cita o autor, a esta prática docente crítica, implicante do pensar certo envolve movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O educando desenvolve o pensar certo em comunhão com o educador, tudo concorrendo para melhorias reais acerca da prática-ensino-aprendizagem.Quando há uma tomada de consciência sobre os fatos que envolvem a prática sendo cada educador um ser critico, autônomo de seus próprios atos, rigoroso metodicamente falando, pesquisador, que respeita os saberes prévios do educando, ético e moral, onde suas palavras e ações servem como testemunho, que não dá lugar para sentimentos discriminatórios, reflexivo, que assume a si próprio com seus acertos e seus erros , têm-se a certeza de que tal professor está andando e, pensando e ensinando a pensar certo. Este saberá que ensinar não é transmitir conhecimentos apenas, tão somente não falará bonito, sua retórica terá sempre um fundo de verdade, seus alunos poderão ver nele um ponto de apoio. O educador deve ter em mente o fato de que é um ser inacabado, não obstante, esta consciência acompanha o ser humano por si só e o leva a um estado reflexivo. Quanto mais cultural é o ser, maior é a sua infância, a necessidade de cuidados especiais se alongam, entende-se que o ser humano é o único animal que continua em companhia dos pais por vinte, trinta ou mais anos. O homem que está cônscio do seu inacabamento e das muitas barreiras e obstáculos a transpor sabe também que estes não são infindos. Para não transgredir os principios éticos da existência humana o professor não deve ironizar o aluno ou desrrespeitar sua curiosidade nata. Conforme o autor tal transgressão é vista como ruptura com a decência e ordem , toda e qualquer discriminação é imoral. O bom senso é outro fator que deve permear a prática docente, tendo respeito a autonomia, a dignidade e a identidade do educando, o educador pleno do conhecimento que rege o bom senso, exerce em sala de aula a autoridade a ele concedida porém sem o autoritarismo que se vê em sua essência.Ensinar exige também humildade e determinação em favor da luta pela classe, tornando-se arte integrante da prática ensino – aprendizagem. Deve-se ter em mente que o educador por ser um formador de pensadores, pode influenciar a favor de mudanças na forma de tratamento aos próprios educadores. As crianças de hoje, serão os futuros politicos, donos de escolas, diretores , gestores de amanhã e se estes forem conscientes e agirem com ética e moral, por terem sidos conscientizados por seus professores, serão mais zelosos com os beneficios voltados para a educação. O perfil alegre, animador, flexível, lutador e cheio de esperanças, apesar de..., é o que ajuda o exercício da profissão, tornando-a compensadora e desafiadora. Seres convictos de mudança é o que os educadores devem ser.Ao concluir este trabalho percebe-se que a leitura desta obra se faz necessária para uma boa prática de ensino. Trazendo à tona os velhos conceitos e transformando-os.